segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mudanças

Tudo estava perdido. Talvez, se conseguisse ocupar a cabeça, mas faltava controle emocional para isso. Os silenciosos calos dos deos na iminência de urrar todas as solitárias contagens regressivas que passara. Vida nova.

Turbilhão de pensamentos e sentimentos, nada de compreensão. Não sentira mesmoo tempo. Tentou contar as rugas. Não fazia ideia do que poderia o surpreender, contudo sentia que nada ainda conseguiria.

O inesquecível verde do campo já não o encantava, o forte cheiro de madeira da casinha na quela sempre vivera era tragado pelo seu corpo e, pouco a pouco, o matava. Ele que nunca havia fumado.

Humilde, valorizou o trabalho no campo, mas poderia ele ainda ter valor? Com o olhar melancólico, levantou-se de onde , até então, estivera se despedindo. Caminhou lenta e contemplativamente até o patrão, que não se comoveu com a angústia do momento.

Mala no ombro. Agora, lembrando do dia em que havia chegado, seguia sozinho. Os corações também foram substituídos por máquinas? Século XXI, vai saber.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

É, era uma história de amor...

Logo eu, que bato no peito pra dizer que amo o Brasil. Eu, que quando viajo grito "sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor". Eu, que fico revoltada quando escuto meu irmão dizendo que isso aqui já era. Eu, que, sem explicação, fico babando com a beleza desse lugar. Logo eu.
Já estava idealizando uma nova história, escrevendo algo bonito. Pra que? Se o Jornal Nacional acabou com esse momento com a podre discussão de hoje no Senado. Aonde vamos chegar? Até onde uma pessoa consegue chegar a custa dos outros?
Esse país é ridículo; Brasília é uma vergonha.

travei.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

se for... que não seja

Na verdade, se é que ainda existe uma, o conflito está cada vez mais intenso. O nó me sufoca a cada segundo e o psicológico não encontra nenhum ponto para se sustentar. Sei que é preciso continuar, apesar "das pedras no meio do caminho". Pior, sei que é preciso mais do que eu consigo suportar. Vivo numa condição que me impõe limites dos quais eu caio sempre que tento ultrapassar, mas o rocky ensinou a importância de continuar seguindo mesmo com as pancadas da vida. E eu não sei se é porque o tempo está passando, eu crescendo e os problemas surgindo ou se tudo resolveu, realmente, cair como em um bombardeio.
O questionamento é necessário até para os mais idealizadores e, coitados, são os que mais sofrem. O mundinho cai e ficam perdidos. Descrentes. E essa descrença impulsiona todos para o mesmo ponto. Para o fundo do poço. A fossa da vida. Tudo vira merda, se o pudor também não me limitar nas palavras. Talvez isso crie as impossibilidades humanas, as caras feias, que ninguém gosta de ver e muito menos de compartilhar. Isso tudo cria um desconforto, que não tem explicação em suas pontadas mais íntimas e já não se pode determinar de onde surgem. Já não vejo a necessidade de fingir que concordo, que me sinto bem e que apenas esquecerei. Não posso levantar minha cabeça e incentivar que meus amigos façam o mesmo. Eu preciso estar preparada para levantar e seguir, para pensar na resposta e não ser tão imediatista. Eu preciso, mais do que nunca, de um sorriso que não seja o do meu espelho. Que não me cobrem o que não posso oferecer no momento. Também preciso. Também sinto. Minha máscara se perdeu assim como os sentidos.
A vida está passando como um elástico remendado sendo esticado aos poucos e que está na iminência de arrebentar. Sigo em frente, claro. Mas as angústias crescem. Lamento a inexatidão e a fraqueza.
Espero, enfim, que se for verdade, não seja verdadeira.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Eu vou tentar...for you.
Não sei muito bem sobre o que escrevo. Depois de horas, e algumas outras horas, coçando a cabeça, olhando pro livro, pensando na formação de cada palavra, nada sai. Não flui. Minha cabeça vai e volta, vai lá no mundo imaginário, que ele ganhou de presente de uma amiga meio indefinida, uma amiga ausente, uma amiga não amiga, e eu me senti no direito de pegar emprestado. De vez em quando eu faço uma visita a esse lugar afrodisíaco. Brinco com a concepção. Nunca sou a mesma e vivo tantas aventuras. Ahh. Não que eu tenha que ir à Pasárgada para fugir de uma realidade que me limita, muito pelo contrário, lá é só uma continuação. Eu continuo meus desejos sem fim. Hum, ele sempre reclamou que eu nunca terminava os jogos quando era criança. Na verdade, ele não sabia que eu já terminara lá no M.I. -mundo imaginário - e que, claro, eu já tinha a vitória.
Sinto uma agonia quando penso que quem me introduziu para a realidade fora da realidade comum não compartilha comigo esses momentos. Vai ver ela revelou esse segredo porque já sabia que iria abandoná-lo. Vai ver ela se conformou e agora seu objetivo dissipar os prazeres daquele desconhecido.
Whatever, é lá que meus pensamentos vão parar quando tento começar a escorregar as mãos no papel ou no teclado. Passo por todos os lugares do mundo, lembro de todos os amores, conheço as mais belas obras e , de repente, vejo tudo branco. É, é uma cegueira bonita - José Saramago que o diga - é uma cegueira que traz esperança e que me estimula a preenchê-la. Lá vou eu. Sem ver aonde posso chegar, vou traçando um caminho. E ele vai me consumindo aos poucos, vou sentindo cada consoante, cada vogal; até o ritmo que tenho para expulsá-las me dá alegria, prazer. Parece que uso meu sangue como tinta, pois uma parte de mim ali fica.
Sinto que estou fraca. Tento vencer. Tento passar o necessário e, assim, compartilhar meu vazio. Meu vazio que, ao final de cada sacrifício, é mais completo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

tentativa tentação

E ela é assim,
um sim,
amiga
bonita
sozinha,
assim.

No calar da madrugada,
após ser revirada
pelas palavras da atriz,
ela é assim.

A Cinelândia parece pequena,
os pensamentos já vêm no esquema,
e o texto surgiu assim
é gato,
é rato,
é samba,
e elas se encontram aqui.

Ela é diferente
escreve não o que sente,
tenta dialogar.
Selaram um contrato
e já até postaram
sem esperar pelo jantar.

Aliviou a angústia interna
agredindo todas as teclas,
vive bem assim.

Ai, menina, não fica mais sozinha.
Deixa de ser assim !

segunda-feira, 13 de abril de 2009

to pensando...

A monotonia se funde com a correria cotidiana. Que contradição !
Acordo, acordo pra realidade. Sei disso somente porque não descanso quando me deito: meus pensamentos estão em estado de fuga, mas não são capazes de achar o caminho que os leva até a saída. Soltos, sem rumo. Entre umas cervejas e pitadas tentam achar a mesma frequência de outros, que, desesperadamente, procuram outros que procuram outros que procuram...
mas eles não acham!

acordo pra idealização. Seleciono os pensamentos, seleciono meu próprio prazer. Cruel hedonismo. Culpado de tanta infelicidade?

Sei que sonho. E sonho longe. Ora, como não há de sonhar? É a beleza, o encantamento. São as artes, ah, essas sim se fundem, e de uma maneira que não permite descrição, de uma maneira que não é digna de entendimento. E os sentidos delicadamente...
Tudo passa - constante pensamento.

até amanhã. acordo, mas não quero mais acordar.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

ofegando qualquer desabafo...

um pedido de desculpas. Não tenho motivo pela ausência. Como também achei que nunca gostaria daquela terra. Tudo ocorreu perfeitamente bem e não há como pensar em uma outra maneira para sentir o tempo. Amadureci, como também fiz idiotices muitas das vezes.
o hábito de escrever não me prendia tanto quanto aquela leitura apaixonante. Sim, estou apaixonada por um personagem de livro. Felizmente, consegui arranjar um vício legal e "saudável" - se eu considerasse algum tipo de vício saudável. As palavras estão levando meus sonhos e meus desejos, cada frase que leio desperta um ponto que eu não sabia que existia.
Confusa com meu futuro e com a iminente abstinência:
Viagens, livros, paixões...
Tudo voltou ao normal e talvez não seja mais tão apaixonada quando acordar.