quinta-feira, 14 de maio de 2009

Eu vou tentar...for you.
Não sei muito bem sobre o que escrevo. Depois de horas, e algumas outras horas, coçando a cabeça, olhando pro livro, pensando na formação de cada palavra, nada sai. Não flui. Minha cabeça vai e volta, vai lá no mundo imaginário, que ele ganhou de presente de uma amiga meio indefinida, uma amiga ausente, uma amiga não amiga, e eu me senti no direito de pegar emprestado. De vez em quando eu faço uma visita a esse lugar afrodisíaco. Brinco com a concepção. Nunca sou a mesma e vivo tantas aventuras. Ahh. Não que eu tenha que ir à Pasárgada para fugir de uma realidade que me limita, muito pelo contrário, lá é só uma continuação. Eu continuo meus desejos sem fim. Hum, ele sempre reclamou que eu nunca terminava os jogos quando era criança. Na verdade, ele não sabia que eu já terminara lá no M.I. -mundo imaginário - e que, claro, eu já tinha a vitória.
Sinto uma agonia quando penso que quem me introduziu para a realidade fora da realidade comum não compartilha comigo esses momentos. Vai ver ela revelou esse segredo porque já sabia que iria abandoná-lo. Vai ver ela se conformou e agora seu objetivo dissipar os prazeres daquele desconhecido.
Whatever, é lá que meus pensamentos vão parar quando tento começar a escorregar as mãos no papel ou no teclado. Passo por todos os lugares do mundo, lembro de todos os amores, conheço as mais belas obras e , de repente, vejo tudo branco. É, é uma cegueira bonita - José Saramago que o diga - é uma cegueira que traz esperança e que me estimula a preenchê-la. Lá vou eu. Sem ver aonde posso chegar, vou traçando um caminho. E ele vai me consumindo aos poucos, vou sentindo cada consoante, cada vogal; até o ritmo que tenho para expulsá-las me dá alegria, prazer. Parece que uso meu sangue como tinta, pois uma parte de mim ali fica.
Sinto que estou fraca. Tento vencer. Tento passar o necessário e, assim, compartilhar meu vazio. Meu vazio que, ao final de cada sacrifício, é mais completo.