segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mudanças

Tudo estava perdido. Talvez, se conseguisse ocupar a cabeça, mas faltava controle emocional para isso. Os silenciosos calos dos deos na iminência de urrar todas as solitárias contagens regressivas que passara. Vida nova.

Turbilhão de pensamentos e sentimentos, nada de compreensão. Não sentira mesmoo tempo. Tentou contar as rugas. Não fazia ideia do que poderia o surpreender, contudo sentia que nada ainda conseguiria.

O inesquecível verde do campo já não o encantava, o forte cheiro de madeira da casinha na quela sempre vivera era tragado pelo seu corpo e, pouco a pouco, o matava. Ele que nunca havia fumado.

Humilde, valorizou o trabalho no campo, mas poderia ele ainda ter valor? Com o olhar melancólico, levantou-se de onde , até então, estivera se despedindo. Caminhou lenta e contemplativamente até o patrão, que não se comoveu com a angústia do momento.

Mala no ombro. Agora, lembrando do dia em que havia chegado, seguia sozinho. Os corações também foram substituídos por máquinas? Século XXI, vai saber.