segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Minha alegria, meu cansaço.

A melodia dança na ponta dos pés dentro da minha mente. Ora gira, ora salta. Ora desliza, ora sapateia. O momento não seria o mais propício, se não fosse, é claro.

Encostada no V da minha cama, vivo momentos que creio nunca terem existido. Parecem tão reais em minha memória. O cheiro, o gosto, até as formas... tocar no concreto, no real. Mas não, deixei fluir meu pensamento pra longe, bem longe do ponto de encontro com meu juízo.

Ele se aproximou, o invisível invadiu meu corpo. Da onde vem essa explosão no meu peito que eu mesma já comprei para falsear a sensação de estar ao seu lado? A cada inspiração, ele me mata. O desejo, aquele simples desejo de, mais uma vez, estar plena, divagando em teus detalhes. Cada perfeição, cada ponto e linha e ah, cada curva!

 Tudo é tão real que já não me importo quando e se aconteceu, para mim simplesmente foi assim. As sensações me dizem mais que qualquer ato. Já me entreguei a qualquer ofegação. Por que não? No momento, é o que sou, uma menina ofegante.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Don't press

Faz tempo que não escrevo aqui. Ainda não descobri se perdi o jeito, a vontade... Na verdade, os textos surgem em momentos tão peculiares, tão precisos. Às vezes, por questão de segundos, perco o raciocínio inicial.
Deleto.
Aí novas ideias surgem, novos conceitos, novos valores. Vejo que já não faz mais sentido cantar algo antes planejado. O tempo passa - correria de sempre - e eu me sinto petrificada. Os olhos ainda se movem, ah sim, ele continuam observando.
Porém, deleto de novo.
Nos momentos de solidão e insegurança desenvolvo uma capacidade poucas vezes aproveitada. Arisco-me a ir a fundo nas minhas vontades e me conhecer melhor. Sinto-me plena. E, aos poucos, me conheço de uma forma até perigosa. Uma relação profunda e desgastante. Fluir o pensamento depois de momentos como esse é simples, porém revelador. Preocupam-me, as novidades. Desafios que nos fazem crescer, difíceis de tentar. Estou eu disposta a me conhecer no agora, no hoje?
Bom, só espero não me deletar.

quarta-feira, 31 de março de 2010

E ainda há explicação?

Havia um homem no centro da praça. Pois bem, o que fazia sozinho no domingo à tarde não sabia responder. Isso me trazia certa angústia. Os cabelos grisalhos eram vestígios do passado misterioso ou do presente que me atormentava.
Não trocamos nenhum olhar, e podia sentir a pulsação do nobre homem. Por que ele nunca havia aparecido no vazio da minha praça? Uma como outra qualquer, claro... mas ali vivia meu passado. Lembranças jovens, insanas algumas vezes, porém certamente alegres. Meus sentimentos tomaram conta do espaço. Não havia explicação. Tão longe e tão próximos. Numa fração de segundo ele me olhou, tomou conta de meus pensamentos e, então, aquela passou a ser a nossa praça.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Difícil é compreender

Cada suspiro que delineia as curvas do corpo, cada emoção guardada a fundo no canto da orelha. O carinho, ah, a perfeição. Todos os pensamentos convergem para o mesmo ponto.
O sentimento que a guia é, simplesmente, o que ele próprio a fez sentir. Invadiu, meio que sem jeito, o seu espaço. Nenhum dos dois havia planejado. Não queriam ser incomodados. Culpa essa necessidade contemporânea de só se interessar pelo prazer e pela liberdade. Também se culpa por não querer se prender. Ele, claro, intensifica sua culpa pelo simples fato de ignorar.Que filosofia de vida! Quando se encontram tudo é perfeito: as palavras são mágicas. Mas, ao chegar em casa, se esforçam para não ficarem viciados. Não querem sofrer e não vão. Acham isso lindo. Mas onde encontrarão o valor de um relacionamento? Como poderão criar vínculos? É tudo temporário. Talvez os dois tenham ânsia de um amor, de uma nova tentativa e, também, medo do futuro a dois. Mas é inevitável. Ambos se escondem atrás de máscaras de prazer. Ah, se amam, mas não aceitam a paixão. O transparecer de suas vontades entrelaçaria seus corpos em um momento infinito. Porém, se esforçam para chegar ao fim e vivem procurando desvendar tais mistérios. Aí, na verdade, o difícil é ser compreendido.