segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Difícil é compreender

Cada suspiro que delineia as curvas do corpo, cada emoção guardada a fundo no canto da orelha. O carinho, ah, a perfeição. Todos os pensamentos convergem para o mesmo ponto.
O sentimento que a guia é, simplesmente, o que ele próprio a fez sentir. Invadiu, meio que sem jeito, o seu espaço. Nenhum dos dois havia planejado. Não queriam ser incomodados. Culpa essa necessidade contemporânea de só se interessar pelo prazer e pela liberdade. Também se culpa por não querer se prender. Ele, claro, intensifica sua culpa pelo simples fato de ignorar.Que filosofia de vida! Quando se encontram tudo é perfeito: as palavras são mágicas. Mas, ao chegar em casa, se esforçam para não ficarem viciados. Não querem sofrer e não vão. Acham isso lindo. Mas onde encontrarão o valor de um relacionamento? Como poderão criar vínculos? É tudo temporário. Talvez os dois tenham ânsia de um amor, de uma nova tentativa e, também, medo do futuro a dois. Mas é inevitável. Ambos se escondem atrás de máscaras de prazer. Ah, se amam, mas não aceitam a paixão. O transparecer de suas vontades entrelaçaria seus corpos em um momento infinito. Porém, se esforçam para chegar ao fim e vivem procurando desvendar tais mistérios. Aí, na verdade, o difícil é ser compreendido.

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