quarta-feira, 31 de março de 2010

E ainda há explicação?

Havia um homem no centro da praça. Pois bem, o que fazia sozinho no domingo à tarde não sabia responder. Isso me trazia certa angústia. Os cabelos grisalhos eram vestígios do passado misterioso ou do presente que me atormentava.
Não trocamos nenhum olhar, e podia sentir a pulsação do nobre homem. Por que ele nunca havia aparecido no vazio da minha praça? Uma como outra qualquer, claro... mas ali vivia meu passado. Lembranças jovens, insanas algumas vezes, porém certamente alegres. Meus sentimentos tomaram conta do espaço. Não havia explicação. Tão longe e tão próximos. Numa fração de segundo ele me olhou, tomou conta de meus pensamentos e, então, aquela passou a ser a nossa praça.