segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Passando...


Os degraus levavam sempre ao reencontro das velhas amizades. As mochilas ficavam amontoadas no canto da pequena escada, perto do chão, como se ainda estivessem no primeiro período. Já notava-se, nos pés, a mistura de responsabilidade e jovialidade das jovens amigas: sapatilhas sociais e tênis “All Star” completamente desgastados.
Sete olhares saudosos, mas também ansiosos para saber as novas experiências de vida, principalmente após um longo feriado:
– A gente quer saber da sua viagem, Júlia! – gritou a empolgada Elisa.
Bárbara, cortando a resposta da amiga, tentou animar o grupo:
– E eu quero saber quando a gente vai combinar de ir pra lá! Vamos em dezembro!?
Todas começaram a falar ao mesmo tempo para tentar achar um final de semana para a viagem. Perceberam que não conseguiriam ficar juntas e tentaram definir algum programa de despedida de final de ano, afinal três das belas moças ficariam fora do país por quase um ano.
Nenhum assunto durava ali. Nenhum momento era longo o suficiente. Pequenas gotas de chuva aterrisaram nos cadernos jogados e os corpos inertes, jogados na escada, iniciaram o movimento de partida. “Melhor irmos logo. Já passou da hora da aula e vai ser horrível a gente entrar atrapalhando. Sempre acontece isso.”
Toda vez que se sentavam ali, perdiam a noção do tempo. Aos poucos, foram deixando o espaço e caminhando em direção à sala. Deixaram para trás só os pequenos pingos d’água que agora molhavam a escada; um dia deixarão as lágrimas de saudade desse ponto de encontro que ainda as une de alguma maneira, mesmo que entre os apressados 20 minutos de intervalo.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Agora!


As experiências nos ensinam tanto. Nos ensinam a amar mais e também a sermos mais cuidadosos. Quando passamos por grandes sofrimentos, pensamos muitas vezes antes de deixar que alguém entre em nossas vidas novamente. Como seres humanos, não queremos ter a sensação de deixar alguém no estado em que já ficamos e levamos algum tempo para definir aquilo como passado.
A gente procura respostas, procura entender onde tudo mudou, onde o caminho resolveu seguir pro trilhas diferentes... e não acha explicação. Criamos fatos, colocamos culpa, sentimos culpa. Quando, na verdade, simplesmente o fato de sermos humanos explica essa inconstância da vida. O simples fato de sermos tomados por milhares de sentimentos e sensações, o simples fato de possuirmos diferentes frequências. É a hora de enfrentar e entender que vivemos em ciclos que se iniciam e se concluem intercaladamente. É a hora de entender que não vamos entender, mas que precisamos aceitar as diferenças e respeitar as escolhas daqueles que por muito tempo nos deram a segurança e confiança.
São os melhores momentos para olharmos para dentro de nós mesmos e encontrarmos aquela felicidade solitária, mas que emana energia para todos os ares a nossa volta! Não a felicidade canalizada, mas aquela que todo dia brilha... e para todos! Aquela que é tão forte que até afasta alguns... é hora de encontrar novamente o sorriso no rosto a qualquer momento, simplesmente porque a lua está linda, ou porque a brisa aliviou seu calor momentâneo. É hora de esquecer os planos e pensar nos desejos do agora, pensar nas vontades, pensar em viver. Então, por favor, me diga que é hora de levantar, sentir-se bem, correr para onde o coração mandar e aprender que estamos na vida para isso. Para sermos maravilhosos e também para machucarmos, mas sendo maravilhosos com o nosso coração. Corre, vai para a janela, sente o vento... sorria! Vá ser feliz agora!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Com todo meu amor ausente...

Meu amor ainda está aqui. A diferença agora é que é um amor ausente.

Não há mais sorrisos matinais, cafunés sonolentos, segredos gritados de um fim de semana com saudades daqueles rostinhos. Não há mais cócegas nos intervalos, nem cadarço amarrado em armadilha. Não há mais cobrança por unha feita, troca de olhares, abraços sinceros, bilhetes anônimos no caderno e estalo de beijo no ouvido no meio daquele cochilo. Não há mais mensagem de celular sem assunto, olhares cúmplices nos momentos de prova, risadas que levam ao choro, ciúmes bobos por falta de atenção do amigo. Não há mais a inocência de apelidos carinhosos, espelhos humanos que mostram e sabem bem nossas características, silêncios de compreensão. Não há mais suspiros de plenitude por estar sempre acompanhado, longos almoços imaginando o futuro. Não há mais tapas implicantes, não há mais psicólogos particulares. Não há mais sonhos de adolescentes, não há mais amor de irmão transbordando. Não há mais saídas às escondidas. Não há mais a gente. Nós. Não há mais.

Talvez eu quisesse que ainda houvesse. Meu peito se esvazia quando vem esse momento de saudade. Talvez eu quisesse que ainda houvesse a gente.Vocês. Mas ainda há uma sensação de pertencimento, uma espiada no facebook, uma mensagem desesperada com a esperança de que estaremos em algum lugar próximo e vamos, como que por acaso, nos encontrar. Ainda há lembrança dos olhares, sorrisos, risadas, do calor, do abraço. Ainda há lembrança de quem fomos. Ainda há amor. 

É esse o amor ausente. Amor saudoso, imagens rápidas, que voam e trazem uma doce lembrança.

Com todo meu imaginário,

Quero vocês.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Voa!

Que o amor sugue tua alma pra que possas

levitar. Voa, passarinho, voa!

e só pousa nos braços daquele que te aquece como em teu próprio ninho.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Com a ajuda do tempo...



E realmente com o tempo a gente aprende. Cada dia, cada descoberta, cada emoção. A gente aprende a viver. Isso implica, algumas vezes, em deixar aquilo que nos facilita a vida e as nossas relações. 
Aprendemos a escutar mais, a respeitar outras opiniões, a olhar dentro de outros olhos e mostrar que aquele infinito é necessário. Aprendemos a ter algumas necessidades. Necessidade de intensidade, de amor, amizade, carinho, bom humor… necessidade de ser feliz. Acho que aprendemos a correr atrás da nossa felicidade sem sermos egoístas, sem passarmos por cima de ninguém. 
Deitamos a cabeça no travesseiro e nos sentimos mais do que plenos, nos sentimos bem. Sentir. Aprendemos também a sentir, a sentir mais, a nos entregarmos ao que aparece. Aceitamos o que cada um tem a nos oferecer e, a cada nova pessoa em nossas vidas, aprendemos a sugar algo que cederemos para uma próxima que irá chegar.
Assim, através de trocas, vamos enchendo nosso copinho e entendendo melhor o que estamos fazendo aqui.